sexta-feira, outubro 27, 2006

Sideshow: MARVEL COLLECTIBLES

A Sideshow é mundialmente famosa pela qualidade do seu trabalho na área dos coleccionáveis de cinema e séries televisivas de culto. No entanto, a sua tendência para abordar o nicho de mercado ligado à Banda Desenhada tem aumentado bastante, sendo já um sucesso firmado. Na linha da frente da secção dedicada à BD surge a Marvel, não fosse a casa das ideias a mais influente no mundo dos comics. Nessa secção Marvel podemos encontrar um vasto leque de figuras retratando super-heróis e os respectivos super-vilões que os atormentam. Dessa lista em constante crescimento, decidi escolher alguns dos que considero mais bem conseguidos, trazendo-os ao 9ª Arte. As breves descrições que se seguem, estão acompanhadas dos respectivos links com acesso a mais fotografias das esculturas.


Esculpida por um fã do alter-ego de Bruce Banner, Andy Bergholtz, esta figura do Incrível Hulk é um tributo ao desenho original de Jack Kirby, criador da besta em conjunto com o mítico Stan Lee. Com cerca de 50cm, esta escultura procura representar fielmente a robustez do Hulk, mantendo ainda os seus calções originais e vestes esfarrapadas. Existe uma versão exclusiva da Sideshow, em que Hulk surge em cinza.



Iron Man
Esta foi a primeira estatueta a inaugurar a linha "Comiquette", figuras baseadas em personagens de comics. Concebido à escala 1:4, este Iron Man é baseado na capa de "The Invincible Iron Man #76", de Adi Granov. O artista Pablo Viggiano captou bem a pose dinâmica e o design moderno da composição gráfica, passando-a para esta estátua na perfeição.



Inspirado por vários artistas da Marvel, Logan está representado em pose mais "casual". A roupa procura ser o mais fiel possível, destacando-se o seu casaco de cabedal, jeans e cinto. Andy Bergholtz tenta marcar a atitude e a ferocidade de Logan neste exemplar. É quase possível ouvir o "SNIKT!" das suas garras e cheirar o seu charuto.




Wolverine
Este é o primeiro dos X-Men a ser adicionado à linha "Comiquette". No seu fato amarelo tradicional, Wolverine assenta numa base em X, ficando com os seus quase 40cm sobre esta alusão aos X-Men. Esculpida à mão (como de resto todas as figuras aqui apresentadas) pelo artista Ray Villafane, o super-herói está pronto para saltar e passar rapidamente à acção.



Curiosamente, este exemplar faz parte da fase de pré-produção do filme "Fantastic Four". Foi a partir desse primeiro modelo que a estátua final surgiu. Depois da película, a Sideshow decidiu lançar a figura esculpida em resina, réplica do fato utilizado no filme. Com um detalhe minucioso, o pormenor é explorado ao máximo, neste trabalho de Moto Hata.




Fantastic Four
A estatueta do Quarteto Fantástico reflecte as melhores qualidades de cada um dos seus membros. O talento natural do Mr. Fantastic para se esticar, o dom de fogo e voo do Human Torch, a graciosidade, beleza e poder da Invisible Woman, e a imponente presença do Thing. Executada em conjunto por Pablo Viggiano e pela equipa da Sideshow Collectibles, a representação é pintada e esculpida à mão.


Mais uma representação à escala 1:4, desta feita um dos ícones da cultura pop mais marcantes, o Homem-Aranha. E mais uma peça da autoria de Pablo Viggiano, se bem que foi vestido pela Sideshow Collectibles Figure Design Team. Agachado em cima de um telhado, o aranhiço está pronto para agir. É uma das figuras mais importantes deste universo.


Green Goblin
Grande inimigo do Homem-Aranha, esta personagem comporta materiais na sua execução como resina, metal e plástico especial, para uma maior capacidade de representação dos seus pormenores. Em cima do seu veículo, Green Goblin prepara-se para utilizar uma das suas famosas abóboras explosivas. De novo, figura esculpida por Pablo Viggiano e também Martin Canale.




Sentado no seu trono, esta figura representa bem toda a sua majestade, e uma clara vontade de dominar o mundo. Qual ditador no seu poleiro, o trono do Dr é detalhadamente adornado. Já adivinharam quem foi o escultor? Claro, Pablo Viggiano. A figura fica completa com a assinatura do artista, impressa na base do trono.



Drake
A última estatueta que escolhi para figurar nesta abordagem simpática aos deliciosos e viciantes coleccionáveis, foi Drake, pai de todos os vampiros da saga "Blade". Originalmente concebida na pré-produção de "Blade: Trinity" pelos artistas da Spectral Motion, conta com cerca de 44cm de altura e quase 7kg. Ricamente trabalhada ao nível do detalhe, a sua armadura reptiliana e os vários espigões que saem do seu corpo, são exemplos de como a Sideshow se preocupa com os pormenores e fidelidade das obras que comercializa.


Mauro Bex : maurobindo

PIC(K) OF THE WEEK #5


Vicente Segrelles: Mercenário



* Nota: ver 1º post com o mesmo tema.

Mauro Bex : maurobindo

quarta-feira, outubro 25, 2006

Banda Desenhada com todas as letras

Post retirado do blog "O bicho dos livros". Obrigado Andreia.

Promoção de Banda Desenhada
Hoje debateu-se a situação da criação e edição da Banda Desenhada em Portugal, no auditório Maestro Frederico de Freitas, na Sociedade Portuguesa de Autores. Esta iniciativa, da responsabilidade da revista Os meus livros, contou com a participação de António Jorge Gonçalves (autor), Maria José Pereira (editora Asa), Pedro Silva (editor VitaminaBD) e Sara Figueiredo Costa (crítica).
O diagnóstico a esta arte é semelhante ao que outros agentes traçam para outras áreas artísticas: ausência de público, falta de dinamização do sector, falta de informação e divulgação nos meios de comunicação, falta de comunicação entre agentes. Consequência mais do que evidente: poucos meios de sobrevivência. Esta é uma situação crónica em Portugal, e nunca foi por isso que qualquer expressão artística morreu. Contudo, algumas informações dão que pensar.
Rosa Barreto, directora da Bedeteca de Lisboa, considera muito prejudicial para a divulgação da Banda Desenhada que estes livros integrem o catálogo infanto-juvenil das Bibliotecas Municipais, e não ocupem uma secção própria. De facto, este é um dos principais preconceitos associados à 9ª arte. Outro é o de que ler Banda Desenhada é um estádio anterior ao da leitura de textos literários, porque supostamente é mais fácil. Outro ainda, e de todos o mais grave, que a Banda Desenhada é prejudicial no desenvolvimento de competências de leitura das crianças e jovens.
Esta questão está intimamente ligada a outra: a formação de leitores de Banda Desenhada tem de começar na infância, ou não teremos novos leitores.
Não confundamos as coisas. Formar leitores não é formar categorias de leitores.
Formar leitores é dotá-los de competências de leitura como sejam:
encontrar informação num texto;
perceber lógicas de causa-efeito;
identificar nexos de temporalidade e causalidade;
caracterizar personagens;
identificar marcas retóricas (símbolos, imagens, enumerações, comparações, metáforas);
produzir juízos afectivos e argumentativos;
sintetizar informação;
relacionar informação;
distinguir sentidos denotativos e sentidos conotativos;
etc, etc, etc...
Estes objectivos específicos do ensino da competência da leitura são transversais ao género de texto que se lê, e por isso este treino deve ser feito com recurso a tipologias distintas.
Que se deve incentivar a leitura de Banda Desenhada desde tenra idade, parece-me evidente. Do mesmo modo que se deve incentivar a leitura de poesia, teatro, narrativa, notícia, slogan, instrução. Que a arte literária (na sua diversidade) desenvolve o imaginário, a sensibilidade, a criatividade, o conhecimento, mais que um texto informativo, nem sempre é verdade. Não sejamos fundamentalistas, sejamos auto-críticos. Procuremos distinguir qualitativamente a leitura, e sejamos rigorosos na sua promoção. Será melhor ler um mau livro de BD a não ler nenhum? Não há resposta para esta pergunta. Por um lado, ler um mau livro não permite ao leitor ter contacto, por exemplo, com noções inovadoras de perspectiva, ou de disposição gráfica, ou de questionamento da causalidade, ou de ironia. Mas, por outro lado, ler um mau livro pode levar à leitura de outro, talvez melhor, ou igual, e à procura de outros, elevando o nível de exigência do leitor e de qualidade do livro.
Ao nível da promoção devemos ser exigentes connosco próprios, tanto quanto generosos na partilha do que de mais precioso sabemos. Relativamente ao leitor, devemos respeitar as suas escolhas.
É claro que é possível a um adulto descobrir a Banda Desenhada, como é possível descobrir a literatura clássica, o teatro ou a poesia. Mas é também muito provável que o adulto só a descubra se tiver solidificadas as suas competências, ou seja, se for leitor, como afirmou a Sara, no debate.
Promover Banda Desenhada implica divulgá-la junto das crianças e jovens, de forma a que estes sejam leitores do género ao longo da sua vida, e do mesmo modo divulgá-la junto de adultos leitores. Como se faz? Com esforço, criatividade, e acima de tudo com muito entusiasmo e muita honestidade intelectual.

terça-feira, outubro 24, 2006

ASPEN SWIMSUIT: SPLASH #1

Esta edição pode ser considerada invulgar. Não é tão comum quanto isso ver retratado em Banda Desenhada beldades de ambos os sexos, na maioria das vezes em pose de calendário Pirelli. Este título acaba por nos trazer a possibilidade de coleccionar esta variedade de imagens, ou quem sabe, pendurá-las na parede como poster. Como o próprio nome indica, esta é uma colectânea onde a grande maioria das personagens criadas pela Aspen surge em versão fato de banho, biquiní, calções, enfim, o que vocês lhe quiserem chamar, ora em pose descontraída, ora em desafiantes olhares convidativos. Em qualquer dos casos, convém olhar para o que realmente interessa, isto é, para a arte. Contemplem os corpos esculturais e a beleza física, deixando em seguida um tempo considerável para estudarem cada uma das composições. Tal como as personagens são variadas, também o são os artistas que fazem parte deste comic. Todos os artistas que colaboram com a Aspen vêem aqui representadas as personagens com que habitualmente trabalham e retratam. A abordagem feita é díspar do comum e são nestes casos que por vezes surgem trabalhos com maior qualidade gráfica, pois a temática é mais descontraída. Existem experiências mais bem-sucedidas do que outras, o que acaba por salientar os verdadeiros artistas. Descubra por si mesmo as diferenças, procurando perder algum tempo em cada página. Vai ver que vale a pena.
Boas leituras!



Mauro Bex : maurobindo

Entrevista a Pedro Silva: Parte II

Pode a partir de hoje ser lida na íntegra, a segunda parte da entrevista a Pedro Silva, responsável pelas lojas BdMania, e pelas editoras VitaminaBd e BdMania (estreante no mercado), no site BDesenhada.com. Deixo-vos um parágrafo dessa conversa, que nos mostra um pouco a visão do projecto editorial que Pedro Silva tem em mente. Para ler com atenção e muito optimismo.


"BD: E o que reservaram para 2007?
PS: O terceiro cartão de visita, o primeiro livro de Groo publicado em Portugal, terá lugar já no início de 2007 e será ele que abrirá o primeiro ano de actividade, propriamente dito.
Para além de Groo, de que publicaremos vários livros, os títulos que posso revelar, para já, são os seguintes:
Linha “Não super-heróis”
- SAMURAI HEAVEN & EARTH, de Ron Marz e Luke Ross
- REVELATIONS, de Paul Jenkins e Humberto Ramos
- DAMN NATION, de Andrew Cosby e Jay Alexander

Linha “Marvel Transatlântico”
- DAREDEVIL/CAP.AMERICA: D.O.A., de Tito Faraci e Claudio Villa
- THE WOMEN OF THE X-MEN: GALS ON THE RUN, de Chris Claremont & Milo Manara

Linha “100% Marvel”
- DAREDEVIL: FATHER, de Joe Quesada

Há mais títulos negociados e haverá seguramente mais livros publicados, mas, por uma razão ou outra, não pretendo revelá-los agora. Que piada teria fazê-lo? Digo-lhe que o nosso business plan contempla 10 a 12 títulos para cada um dos dois primeiros anos. Mas isso é baseado em determinados pressupostos como previsão de vendas. Caso os resultados, de uma forma consistente, excedam as nossas expectativas, poderemos rever o plano e alargar o número de edições. Enfim, como em quase tudo, a resposta pertence ao público."


Mauro Bex : maurobindo

1º Sábado no FIBDA´06

Este texto é um breve resumo ou descrição de algumas das atracções e/ou acontecimentos que podem ser encontrados no FIBDA´06, pois não abrange nem metade do que se passa no Fórum Luís de Camões, na Brandoa. Ora aqui está um bom ponto de partida, ou neste caso de chegada, a localização escolhida para albergar o evento com maior projecção no panorama bedéfilo do nosso país. Apesar de estar ligeiramente fora da Amadora, não deixa de ser um bom espaço para acolher este Festival. Arejado, espaçoso, portanto, e convenhamos dizê-lo, respirável (condições difíceis de reunir nas últimas edições). Penso que este é um ponto-chave para atrair visitantes e para fazê-los voltar no próximo ano; refiro-me a visitantes externos a estas andanças da BD, por assim dizer (não os do costume, os que vão a todas, seja em que condições forem). Externamente (não sei se isso está pensado ou não), aquele paredão vermelho, o das escadinhas que conduzem à entrada, dava um óptimo local para pintura e desenhos ao vivo, com os vários artistas convidados, sempre que o clima o permitisse.

Passemos então ao interior e ao que por lá se vai passando um pouco. Assim que entramos temos à nossa frente a exposição do premiado Filipe Abranches - Prémio Nacional de BD 2005 Melhor Desenho de Autor Português. A exposição é uma das muitas que compõem o Festival, encontrando-se bem estruturada, com bastantes originais e espaço para que estes respirem entre si. Temos tempo e à vontade suficiente para apreciarmos os trabalhos expostos. Fiquei deveras surpreendido, pela qualidade das várias estórias retratadas.

Continuando, encontramos 17 Autores Portugueses Contemporâneos, local onde convém perder algum tempo, pois o conteúdo é vasto, variado e verdadeiramente compensador. Digo isto, pois percorri o percurso a passos largos e o tempo que gastei ali soube-me a muito, muito pouco. Ainda assim, só me apetece voltar e compensar o tempo que não tive naquela altura. Penso ser um agradável ponto de apreciação e contemplação do que de melhor se faz por cá.

Mais umas passadas e o percurso em U entra na sua recta final. O recinto de exposições do piso 0, conta ainda com a presença de um espaço inteiramente dedicado à obra Decálogo, de Frank Giroud, com os 10 tomos expostos para consulta e respectivas maquetes de alguns dos locais mais importantes dessa BD. Por último, temos Os Lusíadas, de José Ruy e Lailson. Aqui só tive tempo de espreitar, mas vale a pena.

Por fim, resta-me falar do espaço central, do núcleo do festival (se assim o posso afirmar), onde se desenrolam as sessões de autógrafos, a nata deste evento. A circundar este núcleo estão as editoras e lojas que melhor representam a BD em Portugal, a ASA, a VitaminaBd, a BdMania, a KingPin of Comics, a Devir, a Casa da BD, a MongorHead, a Polvo, uma banca com a venda do BD Jornal e HLComix (penso ser da pedranocharco) e outros tantos fanzines (peço desculpa pela omissão dos restantes presentes, mas a minha visita foi a correr e foi o que vislumbrei e me ficou na retina).

Em relação aos autógrafos, os presentes para deixarem o rabisco eram muitos e famosos, incluindo o já referido Frank Giroud e o “nosso” grande José Carlos Fernandes, entre outros. Mas o meu destaque vai para a “nova geração”, para aqueles que finalmente tiveram uma porta aberta para mostrarem o seu potencial criativo. Falo mais concretamente de Fernando Dordio, Filipe Teixeira e Carlos Geraldes, argumentista, desenhador e colorista (respectivamente) de C.A.O.S. e, Mário Freitas (que também legenda C.A.O.S.), Carlos Pedro e GEvan (também presente em C.A.O.S. e SUPER PIG), argumentista e arte-finalista, desenhador e, designer e ilustrador (respectivamente) de SUPER PIG. O mais engraçado é que depois de os ver percebi que o Filipe Teixeira e o Carlos Geraldes eram os mesmos que tinham sido meus colegas de faculdade, pois pelo nome não os reconheci. Foi uma surpresa muito agradável e desejo-lhes as maiores felicidades para o seu trabalho. Importante presença foi também a de Derradé, que estava de saída assim que cheguei. Este homem continua a remar sozinho contra a maré nacional, com a sua publicação HLComix, que tanta falta faz no nosso país. Fica prometida outra visita ao FIBDA para que ele possa deixar a sua marca nas minhas HLComix.

Por fim, as editoras. Destaque fundamental para a Kingpin, que com C.A.O.S. e SUPERPIG, passa a ser a única editora portuguesa a publicar material com conteúdo nacional, em formato comicbook. Força rapazes! Fundamental também é a presença da BdMania como nova editora de Banda Desenhada, curiosamente também influenciada nos comics, mas trazendo uma inovação, um género de aliança transatlântica, ou seja, super-heróis retratados por artistas europeus e editados em formato europeu (fraco-belga de capa dura). A BdMania publicará ainda story-arcs fechados sobre super-heróis, de forma a não abrir precedentes como já foi feito no passado por outras editoras, inovando no plano estratégico.

Para animar o espaço durante o período de funcionamento do Festival, várias bandas vão marcando presença. Consultem a programação para mais informações sobre o FIBDA´06.

Espero que todos aqueles que não visitaram o FIBDA o façam depois de lerem este pequeno “resumo” do que podem encontrar por lá, sabendo que todos os dias serão diferentes. Se já fizeram essa visita, que tal voltar?


Nota: Este artigo pode ser visualizado em BDesenhada.com, onde podem ter acesso a mais fotos do Festival.

Mauro Bex : maurobindo

sexta-feira, outubro 20, 2006

PIC(K) OF THE WEEK #4


Ben Templesmith: esboço para Wormwood.


* Nota: ver 1º post com o mesmo tema.

Mauro Bex : maurobindo

quarta-feira, outubro 18, 2006

Exposição: RUI PAES no Teatro Nacional de S. Carlos

Rui Paes, um dos ilustradores portugueses mais conceituados da actualidade, tem os seus originais de "Pipas de Massa" expostos no Teatro São Carlos em Lisboa. A temática tem a ver com o último livro da diva da pop Madonna, "Lotsa de Casha", no seu original. Madonna tem no seu currículo vários livros para crianças, sendo este na minha opinião, o que está mais bem ilustrado, pois o trabalho de Rui Paes possui enorme qualidade. Se têm dúvidas, passem por uma livraria e aproveitem para desfolhar e apreciar esta obra.
Segue uma breve descrição sobre o evento, em baixo.


Os desenhos originais de Lotsa de Casha – Pipas de Massa na tradução portuguesa, vão estar a partir de hoje em exposição no foyer do Teatro Nacional de S. Carlos. A exposição estará aberta ao público até 26 de Outubro. Entre as 13h00 e as 19h00, os portugueses poderão apreciar as aguarelas originais que ilustraram o trabalho que o público de mais de uma centena de países conheceu. «Pipas de Massa» (Dom Quixote, 2005) foi o quinto livro de uma série de cinco histórias para crianças assinadas por Madonna, iniciada com As Rosas Inglesas em 2003. Cada uma das histórias contou com as ilustrações de um artista plástico diferente, escolhido expressamente para o efeito pela autora. «Pipas de Massa» teve em Portugal um lançamento internacional antecipado no dia 1 de Junho de 2005, Dia Mundial da Criança, justamente pelo facto de Rui Paes ser um artista português (nascido em Porto Amélia, hoje Pemba, Moçambique). Formado em pintura pela Escola de Belas Artes do Porto, tira o mestrado na disciplina no Royal College of Art de Londres, cidade onde vive e trabalha há vinte anos. No entanto, dadas as características da sua profissão, o carácter errante da sua vida é bastante acentuado, uma vez que, para além do trabalho de atelier, tem pintado murais e telas de grandes dimensões em casas e palácios de países tão variados como o Egipto e o Líbano, a Alemanha e a Noruega ou a Itália, onde esteve recentemente. A exposição que agora se apresenta ao público surge no contexto de uma colaboração entretanto iniciada com o Teatro Nacional de S. Carlos, entidade da qual partiu um convite para que Rui Paes ilustrasse um livro, com texto de Alice Vieira, no qual se conta a história do teatro a um público jovem, convite prontamente aceite. O artista estará presente durante toda a exposição.

in O Primeiro de Janeiro


Mauro Bex : maurobindo

sábado, outubro 14, 2006

Capas do 9ª #2 - SPAWN #30


Spawn é uma figura deveras interessante. Certamente haverá muita gente que acha precisamente o contrário. Ainda bem que sim, ou seria uma grande chatice. Eu sou daqueles que admira a personagem, como já deu para perceber neste blog, daí trazê-lo novamente ao 9ª. Motivo: as “Capas do 9ª”, rubrica que se encontrava inactiva há já algum tempo. Neste regresso a capa visada é SPAWN #30, uma das mais bem conseguidas ao longo dos já 160 números da série.

O anti-herói surge retratado enforcado, com a sua capa em farrapos e amarrado às próprias correntes. Qual será o significado de tais indícios? Em primeiro lugar existe um forte contraste entre fundo e figura. Um degradé muito suave de um amarelo quase sumido esbate até à cor branca, fazendo com que esse fundo evidencie Spawn no seu traje negro. Será isto sinónimo da sua luta interior? A sua batalha em não querer assumir parte do lado do bem ou do lado do mal? Talvez sim ou talvez não. Meras interpretações. Quanto ao próprio Spawn, este surge meio estropiado mas sem aparentes maleitas físicas ao contrário do que é costume. No entanto, a sua capa, símbolo do seu poder, está completamente desfeita, prestes a desintegrar-se. Será que Spawn desaparecerá de vez de quaisquer planos terrenos ou divinos? Nunca! Este homem tem mais vidas que um gato. Contudo, este não será um momento para Al Simmons recordar. Curioso ainda, é o suave movimento que nos é transmitido pela figura suspensa, e do seu corpo que delicadamente balança de um lado para o outro, preso a uma corda envolta ao seu pescoço.

Em jeito de conclusão, foco o seguinte: por muito estática que uma simples imagem possa parecer, existem por vezes elementos subtis que lhe conferem movimento, ritmo, elegância, combatendo essa aparente inércia. Greg Capullo e Todd McFarlane trabalharam bem tais elementos. Descubra por si mesmo essa dinâmica inerente às imagens “estáticas”, não só nesta capa, mas em todas as capas que lhe possam passar pelas mãos.
Boas leituras!

P.S. - Mais tarde foi feita uma action figure muito boa, inspirada nesta capa.

Mauro Bex : maurobindo

sexta-feira, outubro 13, 2006

PIC(K) OF THE WEEK #3


Alex Ross: Capa para Ramayan Reborn #1


* Nota: ver 1º post com o mesmo tema.

Mauro Bex : maurobindo

Nightmare Before Christmas -- DVD+BD

Jack Skelington é uma personagem pela qual nutro uma grande afeição. Toda a sua forma física e postura transmitem elegância, firmeza, subtileza equiparável a um qualquer ser majestático. Jack foi criado por um dos meus realizadores de eleição, Tim Burton, tendo a sua primeira aparição pública na grande tela em 1993. Foi sucesso imediato. Uma vasta linha de merchandising ajudou o filme a ter um tremendo boom.

O enredo é passado em Halloween Town (H.T.), onde Jack é o “Rei” dessa famosa celebração. Sally, moça boneca apaixonada pelo herói principal, foi criada pelo génio lunático do Dr. Finkelstein. Cansado da rotina, Jack decide explorar o que está para além do seu pequeno mundo, acabando por encontrar Christmas Town. Pasmado pelas gritantes diferenças entre este mundo e o seu, a personagem principal volta a H.T. e prepara o rapto de Sandy Claws (nada mais nada menos que o próprio Pai Natal – Santa Claus). Depois de contratar três das mais vis criaturas lá da terra (Lock, Shock e Barrel), meros lacaios de Oogie Boogie, Jack põe o seu plano em marcha trazendo Sandy Claws até H.T. num saco de presentes (no mínimo irónico). Jack assume o papel do raptado, partindo de H.T. num trenó com renas e um saco de prendas, correndo mundo e distribuindo presentes transformados e adaptados à realidade de H.T. Para saberem o resto da história, aconselho que vejam o filme, pois o DVD já está disponível há alguns anos.

Promovido e apresentado o filme e algumas das suas personagens, penso que será correcto afirmar que a sua passagem para livro era inevitável. Quem o fez foram os japoneses, editando “Tim Burton´s – The Nightmare Before Christmas” em formato manga (obviamente), traduzido depois para o inglês em 2005 pela Disney Press. Totalmente a p/b, os elementos nipónicos tais como exclamações, sons, praguejos, etc., foram mantidos de forma a deixar a tradução mais próxima do original, dando-nos um ligeiro toque de originalidade. O enredo é idêntico ao do filme, se bem que teve de ser compactado por razões óbvias, focando aquilo que realmente é importante ser mencionado. Alguns exemplos disso são a angústia de Sally em relação a Jack, na sua paixão não correspondida, a constante tristeza de Jack e do seu papel na sociedade, o mítico Mayor e ainda o odiado Oogie Boogie. O traço é fiel à criação original, retratando figuras e ambientes tal como estes surgem na película. Este é um óptimo livro para os admiradores do Pumpkin King e uma excelente forma de conhecer este universo fantástico e negro, criado por Tim Burton. Vejam o filme e só depois leiam o livro. Vão ver que sabe melhor. Caso contrário, aproveitem e abram o apetite com a leitura deixando o prato principal (DVD) para depois.

Boas leituras!


Mauro Bex : maurobindo

segunda-feira, outubro 09, 2006

"300": Trailer Oficial


Já se encontra disponível para visualização o trailer oficial de "300" . Depois de algumas versões não oficiais andarem a circular na net, finalmente surge um teaser autêntico, que está ao alcance de um simples "clique aqui".


Mauro Bex : maurobindo

sexta-feira, outubro 06, 2006

50 anos da Anita

Um dos títulos que faz parte do imaginário infantil de muitos portugueses, comemora este ano 50 anos de existência. Falo-vos de "Anita", personagem mítica do universo dos mais pequenotes. Criada por Gilbert Delahaye em 1953 (atenção ao texto que se segue que afirma que o pai de Anita é Marcel Marlier, o que não é verdade), e mais tarde com a colaboração de Marcel Marlier (um ano depois, em 1954), Anita é das figuras que mais álbuns vendeu, cerca de 50 milhões em todo o mundo. Em Portugal, as histórias são editadas pela Verbo (aqui, toda a colecção). Para ver em exposição no Centro Colombo.

Exposição da Anita
Exposição comemorativa dos 50 anos da Anita, a protagonista da conhecida colecção de livros para crianças publicados em Portugal pela Verbo. A mostra inclui dezenas de ilustrações originais e conta com a presença do "pai" da Anita - o ilustrador belga Marcel Marlier. De 3 a 15 de Outubro na Praça Central do Centro Colombo, em Lisboa.As crianças vão poder conhecer a história da Anita e dos seus criadores, construir um "puzzle" gigante, ouvir uma contadora de histórias, participar num concurso e circular por entre três cenários que reconstituem o ambiente de três livros da colecção: Anita vai à escola (1957), Anita Mamã (1968) e Anita e os Fantasmas (2006).
in Guia do Lazer

Fica a minha homenagem.

Mauro Bex : maurobindo

PIC(K) OF THE WEEK #2

Abhishek Singh: Ramayan Reborn

* Nota: ver 1º post com o mesmo tema.

Mauro Bex : maurobindo

PEARL JAM: Do The Evolution

Arrefecida que está a euforia dos concertos de 4 e 5 de Setembro, penso ser o momento apropriado para prestar homenagem a esta grande banda, das poucas que hoje ainda nos faz viajar ao final dos anos 80/principio dos anos 90, altura em que o movimento grunge estava em ascensão em Seattle. A favor dos Pearl Jam vão contando os anos. Tal como o tempo ajuda a amadurecer e a melhorar a qualidade do vinho do Porto, o ciclo temporal catapultou a banda de Seattle para o seu melhor álbum desde o mítico "Ten". Prova disso foram os dois espectáculos que tiverem lugar no Pavilhão Atlântico no início do mês de Setembro. Para aqueles que tiveram a sorte de assistir a pelo menos um deles (como foi o meu caso, dia 4), foi realmente uma coisa do outro mundo. Quem pôde assistir aos dois dias, então são pessoas com uma sorte do pirete! Só percebi que devia ter comprado bilhetes para as duas datas fora de tempo… Para mim, e acreditem que já vi muita coisa mesmo, foi até ao momento, o concerto do ano. Ao mesmo nível apenas os Tool no SBSR, que estarão de regresso a Lisboa dia 5 de Novembro.


Mas musicalidades à parte passemos à relação que vos trago dos Pearl Jam com a BD. Decorria o ano de 1998, e fazia tempo que a banda se tinha divorciado destas andanças de videoclips e promoções na MTV e nas rádios. Motivo: depois do vídeo de “Jeremy” ter ganho inúmeros prémios e louvores, foi simplesmente banido da MTV, pois este era demasiado forte e acabou sendo censurado pelos hipócritas do costume (o jovem Jeremy suicida-se na sala de aula perante os seus colegas).

Após prolongado interregno, 6 anos sem fazer um vídeo, o álbum "Yield" continha uma música que merecia uma abordagem distinta: "Do The Evolution". Inspirada no livro de Daniel Quinn "Ishmael" (o qual recomendo muito), a letra desta faixa conta-nos como a evolução humana nos transformou, de como essa transformação fez da humanidade a pior praga do planeta azul, com capacidade para destruir tudo e todos sem dó nem piedade, de consumir os recursos naturais sem ponderar as consequências, de dizimar animais, raças e tudo mais. Este aclamado clip mostra-nos o caminho escolhido pela humanidade para percorrer o trilho da dita evolução. Mas que evolução é esta? Eu não lhe dou essa classificação.

Mas o melhor estava para vir, quando a Todd McFarlane Entertainment pegou neste trabalho, transformando-o num dos melhores videoclips animados da história da música. O conceito é do próprio Eddie Vedder (vocalista dos Pearl Jam) e do senhor Todd McFarlane. Resultado, uma nomeação para "Best Short Form Music Video" no 41º Annual Grammy Awards. Como se não chegasse, foi ainda nomeado “Melhor Vídeo” pelos leitores da Rolling Stone e da Spin, conceituadas revistas da esfera musical. Como as imagens valem mais do que mil palavras, deixo-vos o link para o vídeo, para que possam apreciar e reflectir.


"We choose to work with people who convey a particular attitude and this video is a tribute to that attitude." -- Todd McFarlane


Mauro Bex : maurobindo