terça-feira, outubro 24, 2006

1º Sábado no FIBDA´06

Este texto é um breve resumo ou descrição de algumas das atracções e/ou acontecimentos que podem ser encontrados no FIBDA´06, pois não abrange nem metade do que se passa no Fórum Luís de Camões, na Brandoa. Ora aqui está um bom ponto de partida, ou neste caso de chegada, a localização escolhida para albergar o evento com maior projecção no panorama bedéfilo do nosso país. Apesar de estar ligeiramente fora da Amadora, não deixa de ser um bom espaço para acolher este Festival. Arejado, espaçoso, portanto, e convenhamos dizê-lo, respirável (condições difíceis de reunir nas últimas edições). Penso que este é um ponto-chave para atrair visitantes e para fazê-los voltar no próximo ano; refiro-me a visitantes externos a estas andanças da BD, por assim dizer (não os do costume, os que vão a todas, seja em que condições forem). Externamente (não sei se isso está pensado ou não), aquele paredão vermelho, o das escadinhas que conduzem à entrada, dava um óptimo local para pintura e desenhos ao vivo, com os vários artistas convidados, sempre que o clima o permitisse.

Passemos então ao interior e ao que por lá se vai passando um pouco. Assim que entramos temos à nossa frente a exposição do premiado Filipe Abranches - Prémio Nacional de BD 2005 Melhor Desenho de Autor Português. A exposição é uma das muitas que compõem o Festival, encontrando-se bem estruturada, com bastantes originais e espaço para que estes respirem entre si. Temos tempo e à vontade suficiente para apreciarmos os trabalhos expostos. Fiquei deveras surpreendido, pela qualidade das várias estórias retratadas.

Continuando, encontramos 17 Autores Portugueses Contemporâneos, local onde convém perder algum tempo, pois o conteúdo é vasto, variado e verdadeiramente compensador. Digo isto, pois percorri o percurso a passos largos e o tempo que gastei ali soube-me a muito, muito pouco. Ainda assim, só me apetece voltar e compensar o tempo que não tive naquela altura. Penso ser um agradável ponto de apreciação e contemplação do que de melhor se faz por cá.

Mais umas passadas e o percurso em U entra na sua recta final. O recinto de exposições do piso 0, conta ainda com a presença de um espaço inteiramente dedicado à obra Decálogo, de Frank Giroud, com os 10 tomos expostos para consulta e respectivas maquetes de alguns dos locais mais importantes dessa BD. Por último, temos Os Lusíadas, de José Ruy e Lailson. Aqui só tive tempo de espreitar, mas vale a pena.

Por fim, resta-me falar do espaço central, do núcleo do festival (se assim o posso afirmar), onde se desenrolam as sessões de autógrafos, a nata deste evento. A circundar este núcleo estão as editoras e lojas que melhor representam a BD em Portugal, a ASA, a VitaminaBd, a BdMania, a KingPin of Comics, a Devir, a Casa da BD, a MongorHead, a Polvo, uma banca com a venda do BD Jornal e HLComix (penso ser da pedranocharco) e outros tantos fanzines (peço desculpa pela omissão dos restantes presentes, mas a minha visita foi a correr e foi o que vislumbrei e me ficou na retina).

Em relação aos autógrafos, os presentes para deixarem o rabisco eram muitos e famosos, incluindo o já referido Frank Giroud e o “nosso” grande José Carlos Fernandes, entre outros. Mas o meu destaque vai para a “nova geração”, para aqueles que finalmente tiveram uma porta aberta para mostrarem o seu potencial criativo. Falo mais concretamente de Fernando Dordio, Filipe Teixeira e Carlos Geraldes, argumentista, desenhador e colorista (respectivamente) de C.A.O.S. e, Mário Freitas (que também legenda C.A.O.S.), Carlos Pedro e GEvan (também presente em C.A.O.S. e SUPER PIG), argumentista e arte-finalista, desenhador e, designer e ilustrador (respectivamente) de SUPER PIG. O mais engraçado é que depois de os ver percebi que o Filipe Teixeira e o Carlos Geraldes eram os mesmos que tinham sido meus colegas de faculdade, pois pelo nome não os reconheci. Foi uma surpresa muito agradável e desejo-lhes as maiores felicidades para o seu trabalho. Importante presença foi também a de Derradé, que estava de saída assim que cheguei. Este homem continua a remar sozinho contra a maré nacional, com a sua publicação HLComix, que tanta falta faz no nosso país. Fica prometida outra visita ao FIBDA para que ele possa deixar a sua marca nas minhas HLComix.

Por fim, as editoras. Destaque fundamental para a Kingpin, que com C.A.O.S. e SUPERPIG, passa a ser a única editora portuguesa a publicar material com conteúdo nacional, em formato comicbook. Força rapazes! Fundamental também é a presença da BdMania como nova editora de Banda Desenhada, curiosamente também influenciada nos comics, mas trazendo uma inovação, um género de aliança transatlântica, ou seja, super-heróis retratados por artistas europeus e editados em formato europeu (fraco-belga de capa dura). A BdMania publicará ainda story-arcs fechados sobre super-heróis, de forma a não abrir precedentes como já foi feito no passado por outras editoras, inovando no plano estratégico.

Para animar o espaço durante o período de funcionamento do Festival, várias bandas vão marcando presença. Consultem a programação para mais informações sobre o FIBDA´06.

Espero que todos aqueles que não visitaram o FIBDA o façam depois de lerem este pequeno “resumo” do que podem encontrar por lá, sabendo que todos os dias serão diferentes. Se já fizeram essa visita, que tal voltar?


Nota: Este artigo pode ser visualizado em BDesenhada.com, onde podem ter acesso a mais fotos do Festival.

Mauro Bex : maurobindo

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